De R$ 1,97 trilhão gastos anualmente com bens e serviços no País, R$ 1,3 trilhão são decididos por elas
Responsáveis pela movimentação anual de US$ 20 trilhões - duas vezes mais que a Índia e a China juntas -, as mulheres são hoje o maior mercado consumidor do planeta. No Brasil, nada menos do que 66% de tudo o que é consumido pelas famílias têm decisão de compra tomada por elas. Ou seja, de R$ 1,97 trilhão gastos anualmente com bens e serviços por aqui, R$ 1,3 trilhão são decididos pelas mulheres, valor que transforma o Brasil em um dos maiores mercados femininos no mundo.
Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Sophia Mind, empresa de pesquisa e inteligência de mercado do grupo Bolsa de Mulher, com 1.917 mulheres das cinco regiões do País, no primeiro trimestre de 2010. O levantamento faz parte do livro "Poderosas Consumidoras - o que quer e pensa a nova mulher brasileira", que o Bolsa de Mulher lançou no mês de julho deste ano.
Poder de decisão
"As mulheres não apenas decidem as compras diretamente, mas acabam influenciando e controlando os gatos masculinos", resume Bruno Maletta, sócio da Sophia Mind. Em outras palavras, elas gerenciam o orçamento familiar, sobretudo nos quesitos alimentação, móveis e decoração, produtos de limpeza, entre outros. Além disso, cabe a elas a decisão de consumo quando se trata de itens típicos do universo feminino, como produtos de beleza e cuidados pessoais.
Grupos de mercado
O estudo identificou quatro grupos de mercado, que juntos somam 79% do consumo total das famílias. Os outros 21% referem-se a gastos que não implicam em decisão de compra, como impostos e contas de serviços públicos como luz, gás e água. O primeiro deles agrupa os segmentos em que predominam as escolhas femininas.
Produtos específicos para mulheres (vestuário, beleza e cuidados pessoais), itens para o domicílio (alimentação, produtos de limpeza, decoração) e bens e serviços ligados à educação dos filhos possuem 83% de suas decisões de compra em mãos femininas. Desse total, o controle delas chega a 93% em gastos nos salões de beleza, 82% na alimentação familiar e 73% na educação dos filhos.
O segundo grupo contempla os mercados em que a participação feminina é maior do que a masculina, somando-se compra direta (total controle do processo decisório) e influência (parte que cabe a ela das decisões em conjunto com membros da família).Estão nesta categoria atividades de lazer e entretenimento, cuidados com a saúde, serviços para a família (telefonia, internet) e gastos de maior valor, como reforma da casa ou compra de eletrodoméstico.
"As mulheres controlam 67% dos mercados em que a sua participação acaba sendo maior que a dos homens. Elas são responsáveis por 66% dos gastos em restaurantes e por 63% dos desembolsos com planos de saúde e ainda telefonia celular", destaca Bruno Maletta.
O quarto e último grupo reúne os mercados com menor participação feminina nas decisões de compra. São eles os serviços ligados ao setor automobilístico, ao cuidado pessoal masculino e à manutenção de aparelhos domésticos. As mulheres decidem 36% do total gasto no segmento. Mesmo assim, 43% da decisão da compra de carros já são controlados por elas e 46% dos serviços de consertos de eletrônicos e eletrodomésticos também o são.
"As mulheres ganham cada vez mais espaço em setores antes dominados pelos homens, como a compra de automóveis e a escolha dos serviços financeiros", acrescenta o especialista.
Fonte: Diário do Nordeste Online
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