segunda-feira, 19 de julho de 2010

Financiamento de carro zero a longo prazo pode ser armadilha

Carro zero é o sonho de muita gente. É só sair andando que você encontra promoções mirabolantes, prestações a perder de vista e ainda com desconto. O Bom Dia visitou feirões de carros, no fim de semana.

Carro zero é o sonho de muita gente. É só sair andando que você encontra promoções mirabolantes, prestações a perder de vista e ainda com desconto. O Bom Dia visitou feirões de carros, no fim de semana. O financiamento a longo prazo pode ser uma armadilha daquelas que podem comprometer o orçamento da família.

Com a volta do IPI, a indústria automobilística registrou queda nas vendas. Para conquistar os consumidores, está anunciando liquidações que parecem - veja bem, parecem - imperdíveis.

Zero de entrada, desconto de 50% nas 12 primeiras parcelas. A bancária Ilana Gomes Soares não resistiu, comprou o primeiro carro da família: “Acabamos gastando com coisas supérfluas, que não são necessárias. Com isso, eu estou vendo que estou investindo em uma coisa boa”.

O autônomo Thiago Bello parcelou em 60 vezes. O veículo antigo entrou como parte no negócio: “Se não for comprar em parcelas, são poucos os que têm condições de comprar à vista”.

Para atrair os clientes, as montadoras criaram modalidades novas de financiamento e passaram a oferecer alguns descontos. Mesmo assim, o movimento está distante do que foi visto no primeiro semestre do ano, quando a isenção do IPI estava acabando.

Em um feirão, eram vendidos 2,5 mil carros por fim de semana antes do término do incentivo fiscal. Desta vez, foram dois mil. Com a economia aquecida, as montadoras ainda não têm do que reclamar: as vendas no primeiro semestre do ano foram 9% maiores em relação a 2009.

Mas em junho, perderam fôlego: caíram 12% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Por isso, as promoções voltaram.

“Hoje, existe um grande esforço, tanto das montadoras, quanto da rede de concessionárias, em fazer com que o carro esteja um pouco mais barato”, destaca o gerente de marketing Rodrigo Rumi.

As ofertas atraem, mas o consumidor precisa fazer bem as contas. Um dos carros mais baratos do mercado, por exemplo, custava antes do fim da isenção do imposto, R$ 22,9 mil. Com a volta do IPI, o preço chegou a R$ 24,5 mil. Hoje, com o desconto da montadora, custa R$ 23,99 mil.

Mas o mesmo veículo, se financiado em 60 vezes, com zero de entrada e desconto de 50% nas 12 primeiras parcelas, sai no final por R$ 38.604. Mesmo com essa diferença, o negócio seduz por causa do valor das primeiras parcelas: R$ 357. Lembrando que a prestação dobra no segundo ano.

O comerciário Adriano Souza não teve dúvida: fechou negócio: “Eu acredito não vai pesar no meu orçamento. Já fiz já o meu orçamento para o ano que vem em relação a meus gastos”.

“O fundamental é a pessoa reduzir o saldo inicial. É importante que ela dê alguma entrada para que a despesa financeira não seja muito alta. Precisa verificar se essa despesa não vai contaminar outros lados da vida dela, como educação, saúde, lazer”, ensina o consultor em finanças Luiz Jurandir Simões.

Em junho, a inflação do carro caiu quase 0,5%. A lona de freio e o álcool combustível foram os itens que mais registraram queda. Este ano, o preço do álcool já caiu mais de 16%.


Fonte: Bom Dia Brasil

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