quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Programas de fidelidade: quando vale a pena aderir?

SÃO PAULO – Aderir a um programa de fidelidade pode garantir alguns prêmios, descontos e vantagens. Mas o que parece um benefício pode se tornar uma armadilha para os consumidores. Via de regra, a iniciativa é uma ótima estratégia das empresas, pois mantém os consumidores fiéis. Mas nem sempre ela traz ganhos para os clientes.

De companhias aéreas e bancos a restaurantes e lojas de roupas, os programas de fidelidade já se consolidaram como ferramenta para atrair antigos e novos clientes. Contudo, é preciso fazer alguma avaliação antes de aderir a eles. “O programa de fidelidade existe para premiar o consumo”, alerta o professor de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios, Ricardo Cintra.

Para o educador financeiro Álvaro Modernell, programas de fidelidade são boas ferramentas. “Vale a pena aderir, desde que não tenha custo para o consumidor”, avalia. Se você não perder nada com isso, aderir pode lhe trazer ganhos. Mas é preciso atenção: “é importante que o consumidor fique atento a possíveis taxas de adesão”, afirma Cintra.

E não é só isso. Uma vez que tenha aderido, o consumidor pode enfrentar algumas armadilhas que devem ser muito bem avaliadas antes de qualquer decisão.

Quando vale a pena aderir?
Aderir a esse tipo de programa, na avaliação de Modernell, implica analisar bem o seu perfil de consumidor. “A vantagem existe se você tem necessidade de a todo momento consumir o produto ou serviço", afirma o educador. "Mas se sujeitar a pagar mais caro, ser mal atendido e consumir algo de que você não precisa só para acumular pontos não é favorável", ressalta.

Para Cintra, vale a pena aderir a programas de fidelidade, quando você não perde nada com isso. E esse "perder" inclui mudanças desfavoráveis no seu comportamento de consumidor. "É preciso ver se o tipo de premiação oferecida é interessante para você. É preciso ver se existe algum tipo de expectativa ao utilizar serviços e produtos oferecidos como vantagem", afirma.

Como exemplo, o professor fala sobre programas de fidelidade de companhias aéreas, que oferecem em um intervalo de um ou dois anos o resgate de passagens para quatro viagens ao exterior. "Será que realmente vou conseguir viajar para fora nesse intervalo?", questiona. Essa pergunta, na avaliação do especialista, deve ser feita pelos consumidores que apenas veem as vantagens dos programas. De nada adianta tê-las, se não vai ser possível desfrutá-las.

Deixar de fazer a velha e boa pesquisa de preços e acabar se acomodando com o fato de acumular pontos é outro risco. "Um cuidado a ser visto é que esses programas podem acabar por estimular o consumo, muitas vezes, desnecessário", avalia Cintra. Se aderir ao programa não tem nenhum custo, não é preciso ficar apegado aos prêmios e benefícios.

"Muitos consumidores se deixam levar por essa história de ter de atingir uma determinada quantidade de pontos e esquecem que é preciso fazer a pesquisa", afirma o professor. Consumir exageradamente em troca de pontos resulta em dívidas e em um orçamento desequilibrado. Por isso, é preciso cuidado.

Avaliar todas essas questões antes de aderir aos programas de fidelidade pode torná-los mais vantajosos. "Basicamente, os consumidores precisam ficar atentos a essa questão do hábito e do autocontrole", ressalta Modernell. Outro ponto que o consumidor deve avaliar é o prazo de utilização do benefício. "Se as pessoas se dispõem a ficar atentas a limites e prazos, não vejo desvantagem no programa de fidelidade", reforça o educador.

Mas nem tudo são vantagens nessa estratégia. "Todo programa de fidelidade tem custos embutidos no serviço e nos produtos. Mas isso é para quem faz parte e para quem não faz parte dele", diz Modernell.

Um caso específico
Os cuidados e riscos valem para todo e qualquer tipo de programa de fidelidade. Contudo, aqueles atrelados a cartões de crédito requerem atenção dobrada. Ficar atento às anuidades, taxas e aos seguros embutidos nesses programas é essencial antes de aderir a eles, avalia Cintra, pois, mesmo que seja um valor ínfimo, no fim das contas, faz diferença. "É preciso mudar essa mentalidade de que pouco dinheiro não é dinheiro", diz.



Fonte: Info Money

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