quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comprador deve ficar atento para não ser vítima de descontos falsos

Por trás de grandes ofertas estão vantagens e desvantagens, principalmente para o orçamento do consumidor

Banners estampados em lojas anunciam reduções de até 80% nos preços e atraem milhares de compradores. As irresistíveis liquidações, entretanto, podem ser um perigo para o bolso do brasileiro. Vitrines ilustradas com letras garrafais e cores fortes escondem uma velha armadilha de consumo. Iludidos com descontos falsos, os compradores acabam levando para casa itens dos quais não necessitam e com o preço original. O comércio continua lucrando.

A expectativa para este ano é de um crescimento de 13% nas vendas e de 18% no fluxo de pessoas em shopping centers nos períodos dos saldões, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

O educador financeiro Reinaldo Domingos ensina como tirar proveito das promoções. "A primeira coisa a pensar é se o produto é necessário. Em segundo lugar, vem o orçamento. Em seguida, as prioridades", adverte. Ele explica que o cliente, fascinado pelos descontos, é induzido a comprar. "O ideal é procurar o preço original na internet para não ser enganado. Depois, ir a, no mínimo, três lojas".

Domingos frisa que, mesmo quando um produto está em promoção, com o pagamento à vista, ele ganha uma redução ainda maior. "Compras feitas no cartão já têm os juros embutidos. No mínimo, há uma taxa. Então, em dinheiro, há grande possibilidade de se pagar menos", ensina. Para ele, a boa educação do cliente também conta na hora de pechinchar.

Ele alerta, ainda, para promoções que induzem à compra de mais de um produto. "Aqueles anúncios 'pague dois e leve três' fazem com que o cliente compre mais do que necessita. Além disso, é preciso fazer as contas para checar se o preço individual não é mais em conta".

Por trás de grandes ofertas, estão vantagens e desvantagens, principalmente para o orçamento do consumidor. Alguns aproveitam as liquidações para renovar o guarda-roupa, mas se esquecem de prever despesas futuras, o que acaba desorganizando as finanças familiares. Além disso, preços baixos nem sempre são sinônimo de bom negócio. Peças defeituosas e alimentos com o prazo de validade esgotado estão sempre presentes em queimas de estoque. A dica é planejar, pesquisar e observar.

A inadimplência tira o sono dos brasileiros, e escolher pagar à vista ainda é a melhor maneira de evitar o endividamento excessivo e correr o risco de sujar o nome na praça. De acordo com o Indicador Serasa Experian, o número de pessoas que não conseguem saldar suas dívidas com o comércio subiu para 6,3% no ano passado, o que representa um crescimento de 0,4% em relação a 2009. Com o aumento dos juros, o consumidor enfrenta mais dificuldade na hora de parcelar.

Está na Lei

O Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, assegura os direitos básicos do comprador. O descumprimento da lei pode acarretar multa, apreensão do produto e detenção de até seis meses para o infrator.

Fonte: 24HorasNews

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