O brasileiro gastou R$ 54,4 bilhões com o pagamento de juros nos primeiros quatro meses de 2011, de acordo com levantamento da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) divulgado nesta segunda-feira (9).
Esse valor equivale a um quarto do que o governo federal vai destinar ao programa Bolsa Família neste ano e, se o ritmo da cobrança de juros continuar no mesmo patamar, até o final de 2011, as famílias brasileiras vão desembolsar montante equivalente ao total que será utilizado pelo programa.
As empresas também estão pagando caro pelos juros: até abril, o gasto das companhias com esse tipo de custo ficou em R$ 42,4 bilhões.
Os números incluem juros pagos por todos os tipos de empréstimos realizados no país, dos crediários aos empréstimos para investimentos, no caso de pessoas jurídicas.
Para a Fecomercio, esse valor alto é resultado da taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central). A federação diz que os bancos cobram juros altos como reflexo da taxa de juros, atualmente em 12% ao ano.
Ainda segundo o levantamento, se a Selic não tivesse sofrido as altas deste ano, as famílias teriam economizado R$ 4 bilhões em juros.
O Brasil tem umas das taxas básicas de juros mais altas do mundo, mas o spread bancário do país também é um vilão. O spread é a diferença entre a taxa de juros do BC e a taxa de juros que os bancos cobram pelo crédito aos consumidores. No país, ele era de 28,5% em janeiro, de acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Somando os valores pagos pelos consumidores e pelas empresas, em 2010, foram gastos R$ 234,3 bilhões com juros. De janeiro a abril de 2011, a cifra já chegou a R$ 96,8 bilhões.
Fonte: R7
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