domingo, 5 de setembro de 2010

Consumidor já ganha descontos com novas máquinas leitoras de cartões

Depois de dois mês do início da unificação das máquinas leitoras de cartões de crédito no comércio de BH, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas BH), em parceria com a Fecomércio Minas, fez uma pesquisa com 300 comerciantes da capital para avaliar a nova realidade do mercado. Dados da sondagem revelam que 61,3% dos lojistas já negociaram com alguma credenciadora depois da entrada em vigor da unificação das máquinas, conhecidas como POS, 74,4% das empresas confirmaram o desejo de trabalhar com apenas uma máquina e o consumidor já ganha 5% de desconto nas compras à vista.

A maioria dos que já negociaram com alguma credenciadora, ou seja, 59,7%, escolheu a Cielo, 35,4% optou pela Redecard, 2,9% ficou com a novidade do mercado, GetNet/Santander e, 2% trabalha com TEF. Segundo o presidente do Sindilojas BH, Nadim Elias Donato Filho, o resultado da pesquisa foi muito positivo, considerando que a mudança é recente. "A possibilidade de negociação com as credenciadoras e o maior poder nas mãos dos lojistas, já garantiu à 76,5% deles um desconto de até 40% no valor do aluguel cobrado pelas máquinas leitoras de cartão de crédito, além de uma redução de 56,2% nas taxas administrativas dos cartões de crédito e de 46,7% nas tarifas do cartão de débito", ressalta.
De acordo com o presidente do Sindilojas BH, o importante é que os lojistas já perceberam os benefícios da nova realidade. "Já houve redução de custos, apenas nesses dois meses, e isso permite aos lojistas repassar descontos de até 5% nas vendas à vista aos consumidores", explica. O Sindilojas BH conseguiu liminar, que permite aos comerciantes associados praticar preços diferenciados do cartão de crédito para pagamentos à vista, em dinheiro, cheque ou cartão de débito.

Segundo Verônica Scarpelli Cabral, advogada responsável pelo mandado de segurança do Sindilojas BH, ainda que o Procon Estadual tenha entrado com um agravo de instrumento contra a liminar, o juiz não a cassou. 'A liminar está bem fundamentada, foi estendida, e a prática de diferenciação de preços pode ser praticada. O Procon Estadual e o Municipal não podem multar os lojistas que praticarem a diferenciação". A pesquisa revelou que 63,6% dos comerciantes de BH sabem que podem praticar o desconto nas vendas à vista e eles confirmaram que o repasse já é real, em 5% ao consumidor final.

Dados da pesquisa revelam que vendas à vista aumentaram em 5% nesses dois primeiros meses e a expectativa é que no Natal elas cresçam 15%. De acordo com Silvânia de Araújo, coordenadora do departamento de economia da Fecomércio Minas, a nova realidade acrescenta mais benefícios a toda a sociedade. "Ninguém nega a importância do crédito para o consumidor e para o lojista, mas a unificação reduz os altos custos das transações e ainda permite o desconto ao que compra à vista".

O proprietário da loja Por 1 Fio, Marcelo Henrique de Almeida, já negociou a unificação das máquinas e optou pela Redecard. "Pelo meu histórico de faturamento, a Redecard me isentou do aluguel da máquina leitora. Consegui 25% de redução no cartão de débito e 30% no de crédito e já repassei 5% de desconto ao consumidor nas compras à vista".

A pesquisa revelou ainda que 36,8% dos lojistas de BH levaram em consideração o valor cobrado pela máquina dos cartões para a escolha da credenciadora, 19,8% considerou a taxa do cartão de crédito como fator mais importante para a decisão, 12,3% a taxa do cartão de débito, 7,6% maior praticidade, 7,5% menores tarifas na antecipação de recebíveis, 7,5% a credenciadora que trocava a máquina automaticamente, 5,7% o valor cobrado pela conectivadade, 1,8% a melhor relação custo benefício e 1% o melhor atendimento da operadora.

Dos 38,7% que ainda não negociaram com alguma credenciadora nesses dois meses, 52,3% ainda está analisando as propostas das operadoras, 18,6% quer esperar um pouco mais, pois está receoso, 14% ainda não recebeu uma proposta das credenciadoras, 11,6% não consegue ser atendido pela operadora, 2,3% está com alguma pendência financeira e 1,2% considera o custo das tarifas ainda altos. O Sindilojas BH reuniu ontem com lojistas associados para ajudar na escolha da melhor proposta.

O proprietário da Ótica Tamoio, Paulo Cançado Gonçalves, ainda não decidiu pela melhor credenciadora. "A nova realidade é muito positiva para nós, lojistas, e para o consumidor. No entanto, ainda estou receoso em escolher uma operadora e estou analisando melhor as propostas para então definir apenas uma", explica.


Fonte: Uai Notícias

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