segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011: consumidor deve pechinchar e economizar

Desde o começo do ano, cidadão consciente deve traçar metas para não cair no superendividamento

Economizar é promessa recorrente nas resoluções de ano novo. Com cenário de inflação em alta, a meta se faz ainda mais necessária para não começar 2011 no vermelho.

O ano de 2010 termina com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), indicador utilizado para a correção de contratos de aluguel e algumas tarifas como energia elétrica, acumulado em 11,32%. Foi a maior variação desde o ano de 2004, quando chegou a 12,41%.

Como então tentar driblar o aumento de preços e fazer economia neste novo ano? "Pechinchar a gente tem que fazer sempre. Agora, mais ainda, o consumidor deve continuar tentando evitar dívidas. Deve comprar à vista e fugir dos juros", orienta o economista e diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Ênio Viana.

Pressão continua

O economista avalia que a pressão inflacionária deve continuar no próximo ano. Com a economia aquecida, os gastos das famílias, das empresas e do governo continuam influenciando a alta dos preços.

A inflação acumulada em doze meses passou de 4,22% em novembro de 2009, para 4,49% em agosto e para 5,63% em novembro deste ano, puxada principalmente pelos alimentos. A inflação do setor de serviços também vem se mantendo em patamar superior ao dos preços livres (baseados no mercado).

Ênio Viana considera que é mais difícil economizar com a contratação de serviços, já que os prestadores estão muito demandados e acabam selecionando o atendimento cobrando preço mais altos.

Alimentos

A professora Helena Selma Azevedo, do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará (UFC), sugere que, quando possível, se tire da lista do supermercado alimentos que estão mais caros para substituí-los por outros.

"Mas feijão e carne subiram muito. E no Ceará não há muitas leguminosas que possam substituir o feijão", ressalta Helena Selma. Mas com frutas, por exemplo, é possível substituir algumas opções com preço alto por outras da estação.

A professora alerta ainda para que os consumidores não caiam na "tentação" das promoções de início de ano, já que é justamente nessa época de férias escolares que gastos com material escolar e impostos pesam mais no orçamento.

Compare preços de serviços

Quanto aos serviços, a orientação de Helena Selma é comparar preços sempre. "Mas tem de comparar além do custo a qualidade. Às vezes até se encontra mais barato mas com qualidade ruim", avalia. Essa é a tática da advogada Andreza Costa para economizar. "Sempre procuro dicas de amigos e contrato serviços de pessoas que cobrem preços bons, mas que façam trabalho de qualidade", explica.

A advogada não se sente estimulada a comprar só porque tal produto está na moda ou apenas porque as lojas anunciam liquidações. "Procuro comprar peças básicas que posso usar em várias ocasiões", explica a consumidora. No supermercado, a prática da advogada é fazer compras geralmente na quarta-feira ou em outro dia de ofertas.

Serviços domésticos como os de bombeiro hidráulico e eletricista também acabam seguindo o ritmo de alta inflacionária. Necessários no cotidiano do lar os consertos também acabam tendo de se encaixar no orçamento familiar. Conhecer alguém de confiança e pesquisar podem acabar evitando dor de cabeça e gastos desnecessários para quem contrata.

Preços mantidos

O bombeiro hidráulico e eletricista Cleuder Mendes tem cerca de 180 clientes fixos. Alguns o chamam para instalar duchas, máquinas de lavar e pontos de luz há cerca de 24 anos. O profissional atende até sete clientes por dia e conseguiu manter a mesma tabela de preços há três anos. O resultado é a agenda cheia. "Enquanto a concorrência cobra um valor, cobro até 50% menos e faço dois ou três serviços (por visita) na mesma residência", explica Mendes.

O bombeiro hidráulico e eletricista chega a atender 140 chamados por mês e o preço cobrado é por item. Os segredos da fidelidade da clientela, diz o profissional, são a boa aparência, a confiança e apresentar sempre a nota fiscal comprovando o preço exato do material utilizado. "Tenho o meu serviço todo dia. Sempre dão uma choradinha, mas eu digo que o preço já é o mesmo há alguns anos", diz.

A busca pelo equilíbrio

A inflação subiu e o IPCA ficará acima da meta, aproximadamente 5,7%. Mas os preços no varejo buscam um equilíbrio, dando sinais de queda, que provavelmente serão sentidos em janeiro. O consumidor é o principal responsável, a partir do momento que "aceita" o aumento dos preços ao comprar. Portanto, para contribuir, principalmente com o próprio bolso, deve estar atento ao escolher os melhores dias de fazer compras.

Muitos consumidores podem não saber, mas fazer as compras no dia certo da semana nos supermercados pode proporcionar uma grande economia. Sobretudo nos alimentos, o preço pode cair pela metade. Por isso, é preciso ficar atento ao calendário de ofertas das grandes redes de varejo. Os supermercados apostam na realização de promoções diárias para atrair os consumidores, com dia específico na semana para açougue, produtos de hortifruti (frutas, legumes e verduras), peixaria e padaria.

Comparar valores entre as lojas pode elevar ainda mais o desconto, portanto leve os encartes promocionais da concorrência, na hora de fazer as compras. Para não perder o cliente, a orientação das grandes redes é cobrir o preço anunciado pela concorrência.

Verifique o prazo de validade dos produtos adquiridos em promoções relâmpago, pois muitos têm validade próximas de expirar. Nunca compre quantidade muito grande de produtos, a menos que realmente pretenda consumi-los a tempo.

Se estragarem, a economia junto com o produto estragado, vão para o lixo. Na parte de serviços, por exemplo, em saúde e beleza (cabeleleiro, manicure, massagem, esteticista ...), é sempre bom cotar antes de escolher, mesmo para as clientes mais fieis e exigentes. Seja exigente também com o seu bolso!

A variação de preço pode chegar a 120%. São regras básicas para tentar se enquadrar no orçamento doméstico, já que no início do ano há os impostos: IPVA e IPTU - se possível, pague à vista e faça economia.


Fonte: Diário do Nordeste

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